A saga dos motoqueiros The Lost Motorcycle Club ganha vida em GTA IV The Lost and Damned - Review

A saga dos motoqueiros The Lost Motorcycle Club ganha vida em GTA IV The Lost and Damned

9.0

Imagem: Overload Games / Marcus Vieira

Testemunhamos como a sociedade molda o homem através da jornada de Niko, inicialmente cheio de aspirações, apenas para descobrir que a realidade é uma farsa e que nada do que ouviu é verdadeiro.

A adaptação de Niko à sua nova vida, a conexão com novas pessoas e a navegação através de sonhos destruídos estabeleceram o ponto de partida envolvente para GTA IV, capturando de maneira brilhante a atenção do jogador.

A introdução de Grand Theft Auto IV em Liberty City destacou-se como uma das mais memoráveis da série, em grande parte devido ao seu elenco repleto de personagens notavelmente "humanos", com destaque evidente para Niko Bellic. A imersão subsequente no jogo foi significativamente aprimorada, proporcionando-nos uma narrativa e personagens que nos transportaram para um mundo autêntico. Nesse cenário, as emoções humanas foram habilmente exploradas, e a abordagem ao icônico sonho americano foi tratada com refinamento cinematográfico, algo raramente visto na franquia.

Em "The Lost and Damned", não estamos diante do imigrante ingênuo que, em busca de um sonho, é gradualmente compelido a sacrificar sua alma. Em vez disso, encontramos um grupo de indivíduos que apreciam viver à sua maneira, ditando suas próprias regras, sendo totalmente americanos e fazendo questão de evidenciar isso. É notável como a Rockstar, utilizando o mesmo cenário para os eventos, consegue infundir uma atmosfera e ambiente distintos em cada uma das histórias. Se, com Niko, tudo era novo e diferente, o que também refletia a experiência do jogador ao chegar à cidade, com Johnny, tudo é familiar, quase como se estivéssemos vivendo ali há anos. Quase um ano se passou desde então.

Não é surpreendente que Grand Theft Auto IV tenha se transformado em um marco na indústria de videogames, tornando-se uma referência para os fãs da série e do gênero como um todo. No entanto, a Rockstar não se contenta em repousar nos louros. Como é característico de tudo relacionado à série, The Lost and Damned se revela controverso, marcando o primeiro de dois episódios exclusivos para o Xbox 360. A Rockstar não estava brincando quando expressou a intenção de criar algo verdadeiramente inovador. Apesar de compartilharem o mesmo disco de jogo, por vezes, a sensação não é a de se deparar com uma simples expansão ou conteúdo adicional, mas sim com um novo jogo.

Uma trama distinta com um protagonista diferente, mas situações semelhantes. Assim como Niko, Johnny também se encontra frequentemente envolvido na tarefa de corrigir os erros dos outros. Em um ambiente onde ter escrúpulos é considerado sinal de fraqueza, Johnny destaca-se por seus princípios, algo que não é exatamente bem recebido pelos que o cercam.

Billy, o líder dos Lost, é notavelmente desequilibrado, seguindo apenas as regras necessárias para garantir sua saída da reabilitação. O livro de regras está sob seu controle, permitindo-lhe moldar as circunstâncias de acordo com sua vontade momentânea ou a quantidade de álcool que consumiu. Esses são os motivos subjacentes à insatisfação de Johnny, que não consegue mais esconder seu desconforto diante da necessidade de tanta violência gratuita e desmedida, instigada por um homem que invoca a palavra "irmão" ou "irmandade" apenas quando lhe convém. Este é o ponto de partida para a empolgante nova aventura.

Conforme era de se esperar, uma nova narrativa traz consigo novas missões, proporcionando uma perspectiva fresca sobre eventos já familiares. Liberty City, que já não é mais uma desconhecida, é agora explorada através da visão única deste motociclista, revelando seu estilo de vida ao lado de seus companheiros, seus "irmãos". Dado o frequente acompanhamento de outros membros, a Rockstar introduziu uma inovação na jogabilidade para replicar os comportamentos associados a esse tipo de grupos.

Ao percorrer as ruas com os demais membros, ocasionalmente, o símbolo dos Lost aparecerá no chão, indicando onde a formação deve ser mantida. Ao seguir adequadamente, há a regeneração parcial da saúde, tornando-se uma vantagem valiosa, especialmente em missões mais extensas. Esta adição contribui para uma experiência mais imersiva, refletindo os elementos realistas do estilo de vida desse grupo no jogo.

Para aqueles que expressavam descontentamento ao serem obrigados a reiniciar tudo do início ao falhar uma missão ou morrer em Grand Theft Auto IV, a Rockstar aprimorou o sistema. Quando Niko falhava uma missão, ele recebia uma mensagem no telefone que, se aceita, transportava o jogador de volta ao início da missão não concluída. Agora, com Johnny, a experiência torna-se menos frustrante devido ao sistema de checkpoints aprimorado. Ao aceitar repetir uma missão, os jogadores podem retornar diretamente à parte onde falharam, evitando a necessidade de refazer o que já haviam concluído antes do revés.

A introdução desses checkpoints é calorosamente recebida, mas vale ressaltar que isso não torna as missões mais fáceis. Embora menos frustrantes, a gestão de armamento e a ausência de reposição de munição mantêm um desafio constante, assegurando que a dificuldade não seja diminuída, apenas a frustração minimizada.

Como mencionado anteriormente, aqui não assumimos o papel de um imigrante solitário, mas sim o de um membro de um grupo, uma dinâmica que se destaca. Johnny conta com amigos que podem ser chamados para auxiliar nas missões, e em algumas situações, sua assistência é inestimável, enquanto em outras, sua contribuição é limitada. Ao serem convocados e permanecerem ao lado de Johnny, tornam-se mais robustos e utilizam armamento mais avançado com o passar do tempo.

Contudo, se esses amigos forem derrotados durante uma missão, será necessário chamá-los novamente caso se opte por recomeçar a partir do último checkpoint atingido. Essa mecânica adiciona uma camada estratégica às decisões do jogador, considerando o momento certo para acionar o suporte adicional e avaliando os riscos e benefícios dessa colaboração.

Mesmo diante de uma expansão, a Rockstar demonstrou cuidado minucioso ao implementar melhorias no controle das motocicletas, adaptando-se ao novo protagonista. Johnny, que é um ávido motociclista desde a infância, exibe uma habilidade significativamente superior à de Niko. Além de um controle mais refinado sobre as motocicletas, Johnny possui uma resistência maior, sendo difícil derrubá-lo da moto, mesmo após impactos violentos. Pode colidir com postes ou carros, mantendo-se firme na maioria das situações.

Dado o destaque concedido às motocicletas, a expansão oferece aproximadamente seis novos modelos, que vão desde reproduções de Harleys até as melhores importações japonesas. Essas adições, de certa forma, contribuem para momentos hilariantes, já que Johnny, além de reforçar seu patriotismo, revela um amor incondicional por motocicletas, referindo-se aos carros como "gaiolas". Essa paixão acrescenta uma pitada de humor à narrativa, destacando a personalidade única do protagonista.

Com a ênfase aumentada nas motocicletas, somos espectadores de cenas fantásticas de perseguição e ação enquanto nos movemos nelas. Para lidar com todos os adversários que cruzam seu caminho, Johnny tem à disposição novas armas, como a caçadeira de canos cerrados, taco de bilhar, bombas artesanais, 9mm automática, espingarda de assalto e até mesmo um lançador de granadas. Essas armas causam estragos consideráveis, algumas delas tornando-se escolhas de eleição devido à sua utilidade e eficácia durante o combate. O arsenal expandido adiciona uma camada adicional de emoção e estratégia às cenas de ação, enriquecendo a experiência de jogo.

Caso estejam saturados da violência necessária para avançar na trama, têm a opção de chamar seus amigos para se divertirem em diversas atividades, incluindo duas adições inéditas. Enquanto Niko podia participar em corridas de carros para ganhar dinheiro extra, Johnny também tem essa possibilidade, mas conduzindo sua motocicleta. Em uma reminiscência de "Road Rash", os competidores recebem bastões, que podem (e devem) usar para ajudar os adversários a alcançarem mais rapidamente seu destino desejado: a parede. No entanto, se preferirem algo diferente, a opção de convidar amigos para participar de guerras de gangues está disponível. Nada como ganhar algum dinheiro desmantelando os Angels of Death, o gangue rival dos Lost. Essas atividades proporcionam uma pausa bem-vinda da intensidade da narrativa principal e adicionam uma dimensão mais descontraída ao jogo.

Para aqueles momentos em que se cansam de jogar sozinhos, basta recorrer ao vosso telemóvel para entrar em partidas multijogador, tendo acesso a novos modos de jogo criados especificamente para a expansão. As corridas do modo para um jogador estão disponíveis da mesma forma, com a única diferença de que, agora, quando aplicam um golpe na cara de alguém e este se espatifa violentamente contra a parede, sabem que existe alguém a insultar-vos.

Têm a opção de ajudar um amigo a cumprir tarefas para se tornar o líder do grupo, ou podem ser vocês a perseguir a liderança. Podem escolher o novo modo "Lobo Solitário", no qual alguém foge dos outros que o querem matar, e quem o matar passa a ser o perseguido. Não se esqueçam de passar por determinados checkpoints. Podem desempenhar um papel positivo para a sociedade e entregar as testemunhas nos locais designados, ou podem adotar uma abordagem mais maliciosa e eliminar aquilo que carinhosamente poderíamos chamar de informantes.

Se estiverem inclinados para a vertente cooperativa, podem participar em guerras entre gangues ao lado dos vossos amigos contra adversários controlados pela inteligência artificial. Essas opções multijogador adicionam uma dimensão social e competitiva à experiência de jogo, proporcionando uma variedade de maneiras de interagir com outros jogadores.

Modos para todos os gostos garantem enorme diversão e continuam a enriquecer o título. Mesmo após completar a história principal, algo que pode ser alcançado em cerca de nove horas, ainda restam missões secundárias e atividades extras para explorar. A inclusão dos novos modos multijogador e a busca pelas novas conquistas aumentam significativamente a longevidade do jogo, pois a conclusão da história principal representa apenas aproximadamente 60% da expansão. Há muito para jogar e aproveitar, assegurando uma experiência envolvente e duradoura para os jogadores.

Todos reconhecemos o poder de uma música associada a um momento, capaz de torná-lo mais impactante e até mesmo inesquecível. Na série Grand Theft Auto, essa conexão é facilmente estabelecida, e, para manter o padrão de qualidade, a Rockstar atualizou quatro estações de rádio. Para nos acompanhar durante esta nova aventura, foram introduzidos novos programas e músicas de bandas bastante conhecidas, perfeitamente alinhadas com o espírito da expansão, tornando-se uma trilha sonora ideal para o mundo que estamos prestes a explorar. Mesmo que não soubéssemos, muitas das faixas parecem ter sido criadas especialmente para a expansão, mas facilmente reconhecemos temas de bandas como The Who, Bon Jovi, AC/DC, Deep Purple, Sepultura, The Doors, Iron Maiden, Rod Stewart, entre outros. São aproximadamente 54 novas faixas, e fica evidente que a Liberty Rock Radio reina nesse universo sonoro expandido.

The Lost and Damned é altamente divertido e carrega a boa disposição característica da série. Com uma nova história envolvente, missões cativantes, veículos inéditos, armas novas, músicas exclusivas e modos online adicionais, esta expansão destaca-se como uma das melhores em termos de conteúdo adicional. As inovações por si só já justificam o investimento, e para os fãs, não há dúvida de que The Lost and Damned é imperdível. A expansão oferece uma experiência envolvente e cheia de novidades, consolidando-se como uma adição valiosa ao universo de Grand Theft Auto IV.
 

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